OUTWEAR No. 7

/// BARBOUR - CONFORTO NOS DIAS MAUS

Primeiro tive uma verde. Quando deixou de me servir, os meus pais deram-me uma azul, acolchoada. Adorava-a mas, infelizmente, perdi-a. Passado pouco tempo voltei a ter uma verde, com capuz. E então, de repente e sem me aperceber, deixei de a usar.

Acredito profundamente que somos nós que vestimos a roupa e não o contrário, mas facto é que as parkas da Barbour definem um estilo, intemporal e clássico, que nos obriga a elevar a um determinado patamar, só para as podermos usar.

Ao contrário do que muitos possam pensar, a Barbour, nascida nos finais do século XIX com o nome de Barbours of South Shields, não é necessariamente uma marca usada por ricos numa demonstração ostensiva de um estilo de vida despreocupado e saudável em propriedades rurais, com cavalos, cães, com chalets encantados e grandes barcos.

John Barbour, um escocês visionário, começou por tentar vender telas enceradas que protegiam do frio e chuvas extremos, no Norte de Inglaterra. As telas evoluíram para casacos e alcançaram êxitos notáveis nas colónias de Sua Majestade junto de caçadores, pescadores e militares.

E foi então que os anos 80 elevaram estas parkas funcionais a um status. Do campo inglês, estes casacos migraram instantaneamente para milhares de guarda-fatos urbanos.

Uma parka não é um blusão, mas também não é uma gabardine. Não é um casacão, nem sequer um sobretudo. Tem direito a palavra e definição próprios: um casaco impermeável e quente, composto por sobreposições de telas, sendo a exterior encerada.

Um dos últimos números da Esquire España dedicou duas páginas à parka Barbour, o que denota, por si só, a sua importância. Mas a parka não vive de modas. Vive de uma afeição a um estilo, A verdade é que apenas quem nunca teve uma parka pode dar-se ao luxo de a desdenhar. Quem teve uma, tem e terá sempre algum sentimento por ela, mesmo se, momentaneamente, nos afastemos do estilo que define.

E eu de vez em quando ainda penso que era único casaco realmente adequado para aqueles dias maus de chuva, vento e frio. Aposto que a minha parka ainda está à minha espera no fundo do armário...


1 comentário:

Joana Pereira Santos disse...

Eu tive uma azul e depois uma verde. Aliás ainda a tenho e há bem pouco tempo mandei encerar tudo outra vez, está completamente nova! Agora deixa-me que te diga que essa mala que está na fotografia... perdi-me de amores! É mesmo a minha cara!