Já lhe conhecia as (poucas) expressões faciais quando, timidamente, era entrevistada. Também já lhe conhecia algumas das histórias fantásticas que, segundo a própria, não conseguia exprimir por palavras e, por isso, dançava. Café Muller, Wasser, ou Nelken, entre tantos outros. Por isso mesmo, quando soube que o cineasta alemão, Wim Wenders, estava a documentar a sua vida quotidiana junto da sua companhia, a Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, fiquei naturalmente curioso. Corria o ano de 2008. Infelizmente, Pina Bausch viria a falecer cerca de um ano mais tarde, apenas cinco dias após saber que tinha um cancaro. O projecto ficou parado mas, eis senão quando, o documentário é relançado agora, muito mais rico do que o inicialmente previsto: é que além das peças de Pina, devidamente documentadas, a companhia de ballet contemporâneo decidiu ainda oferecer-nos pequenos monólogos dançantes, nos quais cada membro se despidiria condignamente da mentora. Verdadeiras pérolas que, subitamente, nos atiram do acolhedor lugar na plateia para cenários indescritíveis onde somos forçados a admitir a nossa pequenez. Perante aqueles lugares mágicos, perantes aqueles seres sobre-humanos, perante a força da dança. Um trabalho que mostra como algo perfeito se pode ainda sublimar numa obra-prima documental.
Pina. Dance dance, otherwise we are lost.
De Wim Wenders. 2011
Fotografias de Hanway Films, modificadas. Todos os direitos reservados.
De Wim Wenders. 2011
Fotografias de Hanway Films, modificadas. Todos os direitos reservados.
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