NAF / O que é para ti a Moda?
IO / Novidade, renovação e reinventação, expressão, impacto, identidade, - arte.
NAF / O que pensas quando desenhas? Como é esse teu mundo onde cabem as criações que nos apresentaste?
IO / É confuso, prendo-me muito na componente conceptual e de pesquisa, mergulho nos conceitos e depois tento materializar isso. Nunca o contrário. Quando nos lançaram este exercício, devíamos criar uma colecção baseada num tema livre. O que escolhi foi: Tsahaylu - Ligação, subst. f 1 - relação entre coisas ou pessoas; 2 - prender, ligar, aproximar, juntar, unir; 3 - conexão, vínculo, laço. É uma colecção dramática e com o objectivo de causar impacto.
Integralmente a negro e num universo mais performativo, é orientada pela premissa da ligação através do vestuário, a nossa última pele.
"Liberdade não conheço outra senão a de estar preso a alguém."
NAF / Para quem consideras que se destina o estilo da tua colecção?
IO / Não tem um público alvo muito definido, porque intercala o estilo streetwear, com peças menos casual e mais escultóricas, o feminino com o masculino, a rigidez com a transparência. Penso que se adequa a rapazes e raparigas, young and bold, que não se importam de dar nas vistas.
NAF / Há 30 anos, Ana Salazar desbravou o caminho da afirmação da moda portuguesa no estrangeiro. Como caracterizas a moda em Portugal? Estamos hoje como estávamos há 30 anos?
IO / Nem pensar. Deu-se uma evolução notória. Surgiram muitos mais designers, seguindo os exemplos de ousadia de Ana Salazar e Filipe Faísca (entre outros)... e claro a existência de oportunidades de ensino, fundamentais para adquirir e consolidar conhecimentos (escolas, politécnicos, cursos superiores, cursos técnicos etc.) O design de moda deixou de ser uma profissão estritamente auto-didacta, ou de herança de um negócio de família, para ser uma opção. Uma escolha que qualquer jovem na entrada para o ensino superior pode fazer. Estes designers portugueses ajudaram a tornar isso possível, e existem provas de que a moda em Portugal funciona.
Também se deve dar crédito à ModaLisboa, como plataforma difusora de talentos, e disseminação dos trabalhos destes designers beyond borders. O facto de termos uma boa semana de moda portuguesa, faz com que os designers adquiram uma maior credibilidade e possam crescer e expandir-se enquanto nome ou marca, e ajudam os jovens sonhadores a acreditar numa possibilidade, pisando o mito do desemprego.
Outra questão que também mudou desde à 30 anos para cá, é a evolução da tecnologia, a expansão da internet, a globalização e a possibilidade de dar a conhecer e divulgar um determinado trabalho, ou acontecimento para qualquer ponto do mundo, numa questão de segundos.
NAF / Um estilista internacional? E um nacional?
IO / Miuccia Prada / Dino Alves
NAF / Onde te vês daqui a 10 anos?
IO / A desenhar roupa num estirador com vista para o rio, rodeada de livros, risos, e apaixonada, claro.
IO / Novidade, renovação e reinventação, expressão, impacto, identidade, - arte.
NAF / O que pensas quando desenhas? Como é esse teu mundo onde cabem as criações que nos apresentaste?
IO / É confuso, prendo-me muito na componente conceptual e de pesquisa, mergulho nos conceitos e depois tento materializar isso. Nunca o contrário. Quando nos lançaram este exercício, devíamos criar uma colecção baseada num tema livre. O que escolhi foi: Tsahaylu - Ligação, subst. f 1 - relação entre coisas ou pessoas; 2 - prender, ligar, aproximar, juntar, unir; 3 - conexão, vínculo, laço. É uma colecção dramática e com o objectivo de causar impacto.
Integralmente a negro e num universo mais performativo, é orientada pela premissa da ligação através do vestuário, a nossa última pele.
"Liberdade não conheço outra senão a de estar preso a alguém."
NAF / Para quem consideras que se destina o estilo da tua colecção?
IO / Não tem um público alvo muito definido, porque intercala o estilo streetwear, com peças menos casual e mais escultóricas, o feminino com o masculino, a rigidez com a transparência. Penso que se adequa a rapazes e raparigas, young and bold, que não se importam de dar nas vistas.
NAF / Há 30 anos, Ana Salazar desbravou o caminho da afirmação da moda portuguesa no estrangeiro. Como caracterizas a moda em Portugal? Estamos hoje como estávamos há 30 anos?
IO / Nem pensar. Deu-se uma evolução notória. Surgiram muitos mais designers, seguindo os exemplos de ousadia de Ana Salazar e Filipe Faísca (entre outros)... e claro a existência de oportunidades de ensino, fundamentais para adquirir e consolidar conhecimentos (escolas, politécnicos, cursos superiores, cursos técnicos etc.) O design de moda deixou de ser uma profissão estritamente auto-didacta, ou de herança de um negócio de família, para ser uma opção. Uma escolha que qualquer jovem na entrada para o ensino superior pode fazer. Estes designers portugueses ajudaram a tornar isso possível, e existem provas de que a moda em Portugal funciona.
Também se deve dar crédito à ModaLisboa, como plataforma difusora de talentos, e disseminação dos trabalhos destes designers beyond borders. O facto de termos uma boa semana de moda portuguesa, faz com que os designers adquiram uma maior credibilidade e possam crescer e expandir-se enquanto nome ou marca, e ajudam os jovens sonhadores a acreditar numa possibilidade, pisando o mito do desemprego.
Outra questão que também mudou desde à 30 anos para cá, é a evolução da tecnologia, a expansão da internet, a globalização e a possibilidade de dar a conhecer e divulgar um determinado trabalho, ou acontecimento para qualquer ponto do mundo, numa questão de segundos.
NAF / Um estilista internacional? E um nacional?
IO / Miuccia Prada / Dino Alves
NAF / Onde te vês daqui a 10 anos?
IO / A desenhar roupa num estirador com vista para o rio, rodeada de livros, risos, e apaixonada, claro.
1 comentário:
Mais claro não podia ser.
Parabéns Inês!
Matildes
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