STYLE No. 5

/// PACO RABANNE - O METALÚRGICO DA ALTA-COSTURA

Existe um Paco Rabanne antes e durante a alta-costura e um outro no pós, tal como existe a marca antes e depois da PUIG.

Existe o Paco Rabanne que, nos anos 60, trocou os materiais normais da alta-costura, e criou aquilo que o próprio designou por os Doze vestidos experimentais e demasiado extravagantes para serem usados em materiais contemporâneos. E depois existe o Paco Rabanne que não consegue ter sucesso com nada a não ser com os perfumes que tem produzido nos últimos anos.

Existe o homem que começou a desenhar para casas como Dior, Givenchy, ou Yves Saint Laurent. E depois existe aquele que foi remetido para o esquecimento da sua casa na Bretanha onde, alegadamente, gosta de viver, longe dos holofotes.

Estaremos a desprezar o arquitecto que começou a desenhar esquiços apenas porque era uma forma fácil de ganhar algum dinheiro para pagar o curso? Estaremos a esquecer-nos do primeiro homem que ousou costurar com alicates e arriscou tudo ao mostrar fatos que apenas serviam para ser olhados e idolatrados? Faremos bem em apagar da memória colectiva da moda aquele que levou o conceito de bling bling ao extremo?

P.S. - A exposição Paco Rabanne - Designer and Rebel terá lugar no âmbito do Estoril FashionArt Festival, no Museu Condes de Castro Guimarães, entre os dias 30 de Junho e 10 de Julho.


Sem comentários: